Via Oral


Um blog sobre textos, aforismos, arte, literatura, arquitetura, humanismo e outras coisas para as quais ninguém dá a mínima. Escrito em encenado nas poucas horas vagas que a atividade de ADA (Arquiteto Doméstico Administrador) permite.
Um espaço perfeitamente adequado à muita conversa fiada, mentiras acreditáveis, ranhetices, rupturas, causos, crônicas e, sobretudo, área disponível aos amigos, uma turma cheia de gaiatices mas que eu adoro.
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domingo, abril 10, 2005

A piada é antiga e teve lá o seu momento, principalmente como uma sátira à ineficiência do regime soviético. O tempo passou, Berlim Oriental renasceu e a piada do capitalismo também. Em sua nova versão, ficou tão bacaninha que resolvi postar aqui, pra gente se divertir um pouco.


As várias formas de capitalismo


CAPITALISMO IDEAL:
Você tem duas vacas.
Vende uma e compra um touro.
Eles se multiplicam, e a economia cresce.
Você vende o rebanho e aposenta-se, rico!

CAPITALISMO AMERICANO:
Você tem duas vacas.
Vende uma e força a outra a produzir leite de quatro vacas.
Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO JAPONÊS:
Você tem duas vacas.
Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e
produzam 20 vezes mais leite.
Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo
inteiro.

CAPITALISMO BRITÂNICO:
Você tem duas vacas.
As duas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS:
Você tem duas vacas.
Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO:
Você tem duas vacas.
Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário
previamente estabelecidos, de forma precisa e lucrativa.
Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

CAPITALISMO RUSSO:
Você tem duas vacas.
Conta-as e vê que tem cinco.
Conta de novo e vê que tem 42.
Conta de novo e vê que tem 12 vacas.
Você para de contar e abre outra garrafa de vodca.

CAPITALISMO SUIÇO
Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua.
Você cobra para guardar a vaca dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL:
Você tem muito orgulho de ter duas vacas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS:
Você tem duas vacas.
E reclama porque seu rebanho não cresce...

CAPITALISMO HINDU:
Você tem duas vacas.
Ai de quem tocar nelas!

CAPITALISMO ARGENTINO:
Você tem duas vacas.
Você se esforça para ensinar as vacas mugirem em inglês...
As vacas morrem.
Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano ao FMI.

CAPITALISMO BRASILEIRO:
Você tem duas vacas.
Uma delas é roubada.
O governo cria a CCPV - Contribuição Compulsória pela Posse de Vaca.
Um fiscal vem e te autua, porque embora você tenha recolhido corretamente
a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas (duas) e não pelo de
vacas reais (uma).
A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de
leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas
e para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar
por isso mesmo...


Nota Fúnebre:
Por isso eu resouvi desativar minha pequena empresa, que, embora quase tenha me matado do coração, gerava mais de cem empregos e dava mais um trocado pro governo. Sinto saudades, é verdade. Mas, enquanto esses calhordas estiverem no poder, trabalho aqui, na minha sala, assistindo tv. parando pra comer um chocolate e achando graça do ridículo desses palhaços, que acham que somos idiotas. Ainda há chegar o dia em que nós retomaremos esse país. Eduquemos nossos filhos então, para que não sejam tão facilmente manipulados, como o vem sendo essa nossa geração.

Thimóteo, que já foi mais Rosas...

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domingo, abril 03, 2005

Ah, se o Nilson fosse vivo...


Não, nada de falar da morte do Papa. Nós não éramos mesmo muito chegados. Ele nunca falou comigo, nem me telefonou ou mandou uma cartinha sequer... Um "Feliz Natal"? Nem pensar... Não vou falar da morte do Papa. Ele não falaria da minha; ou dos trinta infelizes assassinados pela insanidade de um grupo de idiotas hitlerizados que acham que a vida é... Bom, será que eles sabem mesmo o que é vida? Ah, deixa pra lá. Eu não vou falar da morte do Papa mesmo...

Mas, essa história me lembrou do Nilson, uma das figuraças da família Ramalho, emoldurado no mesmo álbum de Totó Ramalho (lembram?), nascido e "morrido" no subúrbio carioca do Méier.
Nilson era a gaiatice personificada. Marido de Socorro Ramalho, prima de grau primeiríssimo de minha mãe, foi apresentado no esplendor da juventude ao sisudíssimo velho Sindolfo, pai de Socorro, que não gostou nada do que viu. Seu Sindolfo era o campeão laureado dos torneios de "buraco" da família. Seu Sindolfo não suportava a derrota. Quando perdia, não era apenas o jogo: perdia a cabeça, as estribeiras, a compostura e a razão. Seu Sindolfo perdia todo. Engraçadíssimo. Começava jogando com um enorme charuto na boca. Ao final, restava um chiclete quente e esfumaçante de tabaco. E o Nilson ria às suas costas por cada derrota. E ai dele se risse à frente. Deixemos seu Sindolfo, porém.

Nilson, o gaiato, trabalhava na revista Manchete, no seu auge. Sempre que surgia a oportunidade, enchia os pulmões para bradar, orgulhoso, um "eu trabalho na Manchete"... Os incautos pensavam que a revista só chegaria às bancas após o seu crivo, seu "de acordo" em todas as páginas recém saídas do prelo, regidas por um calhamaço de memorandos com reprimendas e recomendações. Talvez ele sonhasse com isso lá da sua seção, a Contabilidade Geral.

Cínico, debochado, alegre e divertido, vivia aprontando com o mundo. Cantava apenas em inglês. Duas músicas: "Yesterday" e "Only You". Only. Show man de subúrbio, esse The Platters do Méier, performático e irreverente, cantava até em enterro, se lhe dessem mole. Romântico, interpretava Only You com aquele olhar-de-peixe-morto pra Socorro, que logo escorria pela cadeira, de tão derretida. Eram mesmo apaixonados.

Mas, Nilson tinha lá seus pontos fracos e a turma dos cunhados não deixava passar. O cunhado Chico que o diga.
Incumbido de apanhar os pertences de um amigo recém-falecido, numa cidade próxima, Chico trouxera, numa bolsa, todo o legado do morto. Documentos, roupas, pequenos pertences e lembranças, e uma dentadura, verdadeiro tesouro para um plano maquiavélico: aprontar com o Nilson.
Um fim-de-semana de sol, com todos reunidos na casa-de-praia do Chico, em Rio das Ostras, foi o palco ideal para a comédia.
Feliz proprietário de uma reluzente dentadura, que classicamente pernoitava em um copo com água, Nilson acordou meio de ressaca da noite anterior, pegou sua prótese e escovou-a com carinho. Lavou daqui, esfregou dali, e enfiou na boca. Tentou encaixar, fez trejeitos, entortou o queixo e nada. Mordeu, forçou, mas nem assim. Acabou de acordar e foi ter à mesa, onde todos tomavam café. Arrancou aquele "teclado" da boca e tacou com força na mesa, brandindo pelo espaço vazio dos dentes:

- Essa porra não é minha!!!

Até hoje todos caem na gargalhada quando lembram...
E o Papa, que agora tá lá com Nilson, que se cuide. Vai ouvi-lo cantar "Yesterday", talvez até mesmo em dupla com Lennon...
O céu não é mais o mesmo.

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