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quinta-feira, abril 12, 2007
Avoa, passarim, avoa...
Tem vez que em me espanta a capacidade de síntese de certas pessoas. O bom Manoel, agrestino arretado sabe disso, e isso prova. Pra quem acha que o post anterior não faz sentido, taí a resposta, que faço questão de colocar em destaque. Cada frase dessas renderia um livro de análise. Mas não precisa. Comparem as respostas e avaliem. A questão toda é de deixar a gente de cabelo em pé.
1. Embora sob o controle do capital financeiro, o atual modelo estadunidense se sustenta na indústria bélica e na indústria petrolífera. 2. Por conta disto, os EUA precisam da guerra e não assinaram o Protocolo nem o Tratado de Kioto. 3. Muitas tecnologias e equipamentos resultam das pesquisas bélicas. 4. Nos EUA, há dois sistemas de controle aéreo: um da aviação civil e outro de defesa. 5. O 11 de Setembro demonstrou a inoperância desta divisão, seria impossível impedir que o primeiro avião se chocasse com a torre, mas o segundo avião só se chocou por não ser monitorado por um sistema de defesa do espaço aéreo. 6. O Brasil "desmilitarizará" o sistema de controle do espaço aéreo? 7. O que seria razoável é o controle unificado, com informações chegarem aos diversos setores, como nas torres de aeroportos, a partir do centro de controle, sob responsabilidade da Aeronáutica. 8. "Desmilitarizar" é um eufemismo para desmontar. 9. Para manter dois sistemas, injetaremos bilhões nas fábricas de equipamento dos EUA.
É isso. Pena ser um tema que, apesar de tão sério, anda tão batido que ja-já será atropelado por outros assuntos, como o milésimo gol do Romário, as olim-piadas do Rio ou mais algumas asneiras do "companheiro mor"...
Thimóteo (gasto o dente mas não largo o osso) Rosas.
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quarta-feira, abril 04, 2007
Céu de Gereba
Bom, eu não sou especialista em política externa. Nem na interna. Pensando bem, eu não sou especialista em política nenhuma, isso sim... Mas estou com uma pulgona trás d'orelha. Esses pessoais que estão de greve no Sindacta, fazendo todo esse qüiproquó (adoro essa palavra), o fazem por mais algumas razões além dos aviões de carreira. Isto posto, conversávamos, grande amigo e eu, sobre tal. Dizia ele:
-Thimóteo, meu filho, imagine que esse pessoal quer ser civil. Ora, a Aeronáutica não vai gostar nem um pouco de ceder o controle de tráfego de seus caças para uma equipe civil. Seria viável a co-existência de dois controles autônomos, um da aviação civil e outro da militar? Os civis estariam lotados onde? Numa nova estatal? Ou seria criada uma empresa privada para gerenciar esse imbróglio? Seria uma delegação sem concorrência, o serviço seria contratado a partir de um certame internacional? Quem teria condições técnicas de equipamento e pessoal para entrar nessa?
Desce o pano.
Longe dali, em Sampa, o Grande Irmão chama o Lula nas conversas (por que o dogão não foi ao Planalto???). O sapo barbudo vai lá rapidinho. Ao fim da conversa, Bush põe na bagagem de volta a tecnologia automotiva do álcool hidratado, a garantia de venda de combustível (posto EUA), a garantia do aumento da área de plantio de cana e, quem sabe?, a possibilidade de transferência de tecnologia, treinamento e equipamento para a criação de um grupo independente para o controle aéreo nacional que, afinal, está mesmo uma zona. Se assim for, no futuro só decola um Tucano por aqui se o americano deixar. Inclusive os aviões militares. Pra o nosso pessoal, sobrará o controle de vôo dos Jerebas, magníficos pássaros da espécie dos urubus. Puxa, quanta besteira a gente pensa e escreve, né?
Thimóteo, cada vez mais desconfiado.
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Democracia
Que a democracia é o pior regime do mundo, nisso não há qualquer novidade. E não me venham com esse velho papo furado de que, nela, o povo tem equilíbrio de direitos, igualdade de oportunidades, tititís, tatatás, pererés, e etc. Um regime que elege um governo como esse que está aí, não tem a mínima chance de se dar ao respeito. Mas, já que tá...
Ranhetices e asperezas à parte, eu até simpatizo com as democracias. Digo "as", porque cada uma delas, dependendo do grupo que as institui, tem uma particularidade. A democracia norte-americana oscila entre a direita Republicana e a simpatia sempre suspeita do Partido Democrata. Lá, a coisa funciona razoavelmente porque eles ainda pensam que são os donos do mundo. Acham que essa ilusão se deve à sua idéia de democracia. Já o Lula, acha que democracia é tudo aquilo que não contrarie os interesses do PT. São apenas pequenas diferenças de opinião, que não criam nenhum incômodo ou inconveniente nas conversas dele com Bush. Aliás, ouvi dizer que a próxima reunião de ambos será num haras de um milionário americano. Bom. Ficarão todos mais à vontade, entre seus iguais.
Com sua origem na Grécia clássica, cidades-estado como a velha e bela Atenas implantaram um sistema de governo no qual todos os cidadãos livres podiam eleger seus governantes e também serem eleitos para as mesmas funções. Desse exercício estavam excluídos os escravos, as mulheres e os estrangeiros. Na verdade, a democracia vingou mesmo porque os cidadãos formavam um grupo numericamente reduzido e privilegiado. Tal e qual se vê hoje.
O mais interessante é que aqueles que a defendem com veemência, pertencem a duas classes diametralmente dispostas: a dos enganadores, no poder, e a dos enganados, na platéia. Os enganadores adoram-na porque ela os legitima. A platéia aplaude, orgulhosa por fazer parte de um regime estável, invejado por meio mundo e, claro, por acreditar que elegeu seus governantes. É algo parecido com aquele motorista boa pinta e que finge ser o dono do carro, enquanto o dono passa a tarde na cama da amante.
A grande diferença entre a democracia idealizada, grega de nascimento, e as versões mais modernas desse exercício sado-masô, é - pasmem! - nenhuma. Mas, como? - dirá você, caro eleitor. Simples: a democracia é o regime da MINORIA INFLUENTE, que conduz a MAIORIA ATUANTE, em situações específicas e relevantes. Não era assim na Grécia?
Uma eleição para presidente, por exemplo, é uma situação específica e relevante. É de imenso interesse de uma minoria influente (políticos de carreira, industriais, "dudasmendonças", governos estrangeiros, veículos de comunicação de massa, militares, etc., etc., etc,) que conduz uma maioria atuante (porta-vozes, sindicatos de classe, lideranças populares, a classe média, eu, você, a sua mãe, o seu pai, o seu vizinho, etc., etc., etc.), que elege alguém que essa minoria acha que "é o cara". Assim elegemos o velho e bom Tancredinho vaselina (que deu a sorte de morrer de véspera), como elegemos o Collor, o FHC (esse, num processo um pouco mais elaborado) e, por fim, o Lula.
Então, tá. Democracia é isso: um regime que não é exatamente do povo. É um regime com ações no mercado mundial, preferenciais (e bota preferenciais nisso...). É o regime da injustiça mais abjeta, cínica e inescrupulosa; é o regime da dissimulação, do conchavo, das mentiras vestidas de verdades incontestes, mentiras oficiais e cuja conveniência as tornam leis. É, afinal, o regime da manipulação, da torpeza e da malícia maldosa. Ela não tem sequer a graça das ditaduras ridículas, que nos fazem rir dos discursos bufos de seus "amins dadás". Na democracia, os engraçados somos nós. Eles riem, porque quem é governo ri à toa, igual aos ricos; nós somos apenas os palhaços de plantão.
Mas não desanime, meu caro amigo. Podemos subverter essa ordem, e acabar com esse regimezinho safado. Não é fácil, mas a gente pode votar e eleger nossos líderes. Primeiro, conheça-o, da sua história à sua obra; depois, vigie sua atuação e avalie se seu investimento valeu a pena. Dê-se ao respeito e não troque seu escrúpulo por uma cesta-básica ou por uma colocação na repartição perto da sua casa. De alguma forma, procure saber o que fazem seus eleitos; não esqueça os seus nomes, fique sempre de olho neles. Eles precisam se sentir vigiados. Eles só querem uma coisa de você (ao contrário do que v. espera deles): seu voto. Nós somos como um grande condomínio, e eles, os síndicos; se a taxa de manutenção está alta (e está), vamos saber porquê. Quando tudo isso for feito, teremos criado um novo regime, que do anterior terá apenas o nome. Esse nome deverá ser conservado, para jamais nos esquecermos de como ele pode ser perigoso, quando desprezado pelo seu criador, essa entidade mágica, chamada singelamente de POVO.
Bem, como isso aqui não é um ensaio sério, não vou tomar mais o tempo de quem me lê. Mas fica a provocação:
Em dimensões físicas, somos um dos maiores países do mundo; Temos um dos maiores leques de recursos naturais do mundo; Temos uma das maiores reservas de água doce do mundo; Temos uma das maiores áreas cultiváveis do mundo; Temos a maior carga tributária do mundo; E alguns dos maiores bancos privados do mundo; Os políticos mais bem pagos do mundo;
E, é claro, nós somos o povo mais otário do mundo.
Thimóteo, esse implicante.
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domingo, abril 01, 2007
Esse governo é uma comédia...
Recebi esse emêio aí, divulgado pelo ilustre José Simão, um sujeito que eu não tenho a menor idéia de quem seja. Mas, se é pra sacanear o governo, tô dentro.
Depois do P.A.C. (PÃO, ÁGUA, CIRCO), Lula vai criar mais 4 programas de (des)governo:
1 - Base de Operações Legislativas Avançadas - B.O.L.A. 2 - Programa Intensivo de Auxílio Didático ao Analfabeto - P.I.A.D.A. 3 - Projeto de Revisão Organizacional dos Poderes Institucionais Nacionais e Autarquias - P.R.O.P.I.N.A. 4 - Mensuração da Eficiência Real das Decisões Administrativas - M.E.R.D.A.
Legal, mas faltou o 5º, que bem poderia ser assim:
5 - Conselho Humanitário Emergencial para o Gerenciamento Administrativo - C.H.E.G.A !!!
Thimóteo, esse intolerante...
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