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sexta-feira, agosto 27, 2004
Outra lembrança do passado, enquanto o tempo de postar novidades ainda foge de mim, como aquela ex-namorada que reencontrei noutro dia...
Verdades e mentiras
Tem dias em que estamos inspirados e outros não. Hoje estou naqueles dias em que a mente está com preguiça e, por mais que eu tente, até parece um stand de horticultura: cheio de abobrinhas. E olha que é bem difícil eu não estar inventando alguma coisa, aprontando com as palavras, me divertindo, enfim. E como gosto muito de escrever, um dia ainda acabo aprendendo esse ofício, o de falar com letras. Um outro ofício que tenho treinado, já esse, ao longo da vida, é o de conquistar as pessoas. Mas, infelizmente, não fui muito além de um ou outro desavisado ou ingênuo. Na verdade, as pessoas não querem ser conquistadas. Preferem, talvez, ser enganadas, pois um desengano pode ser perfeitamente corrigido, ao passo que, de uma conquista é muito mais difícil a gente se proteger e se livrar. Saint-Exupery, que de saint não tinha nada, sabe muito bem dessa história. Bem, se conquistar com verdades é difícil, conquistar com as nossas verdades é mais ainda. Aquele que não tripudiou com o(a) companheiro(a), nos primeiros momentos da conquista, que tire e atire a primeira peça (de roupa). Todo mundo se mostra o máximo, da melhor maneira possível, só para impressionar o parceiro(a). No reino animal, os machos costumam dançar, estufar peito, pular, cantar, se eriçar, enfim, fazem de tudo um pouco, só pra conquistar a fêmea. Já entre nós, a coisa toda é feita na base da mentira mesmo. E é um tal de "eu sou isso", "eu sou a quilo", "eu tenho mais e maior", "o meu é mais bonito", "eu sou assim, sabe..." Ufa! A mentira é tão insistente, que de tão difundida acaba se tornando uma verdade. E, pior: conquista! Bom, pelo menos por algum tempo, ela conquista. E o que se vê depois é uma grande decepção, quando não, dor, lágrimas, acusações, sofrimento, filhos acidentais... Uma tristeza só. Pobres dos homens, que não sabem cantar, não sabem dançar, não pulam, não estufam a alma, não se pintam coloridos, não se eriçam nunca. Pobres de nós, que precisamos falar para dizer que amamos. Pobres de nós, que precisamos mentir para que sejamos amados...
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terça-feira, agosto 24, 2004
Meus amores,
Como ando mais ocupado do que orelhão quebrado (aquele, que a gente liga sem precisar do cartão), estou reeditando, a partir de hoje, alguns posts do passado, principalmente de quando essa coisa toda começou. Espero que me perdoem a impertinência, mas espero muito mais que gostem. Sempre que postar algo de antes, aviso.
O bar do Jóia
Se algum louco me pedisse pra bancar o repórter e, se eu tivesse que fazer uma reportagem sobre o "Café e Bar Rio Paiva", acho que seria mais ou menos assim:
Paro na porta e espio o cardápio do dia na tabuleta negra, cortesia de uma fábrica de bebidas: "Carne de panela com tutu - R$ 7,00". "Dobradinha à moda - R$ 7,00"; "Filé de peixe com arroz e purê - R$ 7,00"; "Paio na manteiga - R$ 7,00"(...).
Entre algumas possibilidades de pedido, decido entrar e resolver-me, já devidamente acomodado numa das enormes mesas do lugar. Um claro sinal de que alí, a preocupação em encher a casa sacrificando o conforto do freguês simplesmente não existe. Olho de novo a tabuleta e pasmo com o menu do dia seguinte: "Amanhã: Coisas". Simplesmente o máximo. Descubro que a comida, por conta de um negra simpaticíssima, é simples e saborosa, típica de um bom botequim, coisa rara, no Rio de hoje. Será que a negra bonita é a esposa do Jóia? A música não rola, é conduzida: Mozart, Bach, Beethoven, Thelleman, ou os nacionais Villa Lobos, Radamés, Lourenzo Fernandez ou Mignone, são íntimos da casa. Aliás, do sobrado, de arquitetura da virada do século dezenove. Ali as coisas são tão antigas e originais, que até o velho balcão em mármore, apesar de reformado, é absolutamente original. Não há nada velho, apenas antigo. Antigo no tempo, do tempo em que era moderno ser antigo; do tempo do retrato de família na parede, com expressões da juventude antiga. Um cartaz de Coca-Cola "família" (do tempo que ainda havia ambas), estranhamente, convive bem com outros tantos, de filmes nacionais e chamadas diversas; delatam a passagem de gentes das artes por ali. Outras artes também andaram fazendo moçoilas exibidas cujas fotos, digamos, descontraídas, migraram - misteriosa e diretamente - de revistas masculinas para o mural do Jóia. Um outro aviso informa que, em algum tempo, a casa receberá nova pintura. Desde que conheço a casa que o aviso está lá, necessitando ser repintado. "78 anos de vida, 65 de Bar Rio Paiva" - lembra o velho "Jóia" sem muito esforço. Curioso, fico perguntando coisas (distraído, que é pra disfarçar). Talvez fingindo ser enganado, ele vai falando, animado. A expressão de alguma reverência pela minha presença só existe porque sou um ilustre desconhecido. Entre os que chegam, logo aparece um amigo e ele então se solta, travesso. Depressa, divide uma cerveja gelada com o freguês, agora convidado. E se o felizardo for botafoguense, sei não. É bem capaz de ter redução na despesa. De graça, não, "que eu não tenho filho dessa idade", resmunga. Teimoso, pergunto se Jóia é sobrenome ou apelido. - É de nascença - diz. - Aliás, é de antes de nascer, quando minha madrinha jurada, dizia, acariciando o ventre de minha mãe: "Comadre, cuide bem dessa jóia que você traz aí; esse menino ainda vai te dar muito orgulho..." Bem, eu não sei qual o orgulho que o Jóia deu pra mãe, mas dá pra notar que, por aqui, todo mundo morre de orgulho de ser amigo dele.
Aqui e ali, uma ou outra tabuleta, onde se lê: Bar do Jóia, Boteco do Jóia, Jóia's Bar... Parece até que o velho "Rio Paiva" adota um nome para o gosto de cada freguês. Talvez por isso o lugar exiba um singelo diploma concedido por uma suspeitíssima "Confederação Gastronômica Internacional", pelo título de "O melhor boteco do Mundo". Mas eu ainda acho que estão tentando enganar o velho Jóia: O Bar Rio Paiva é, sem dúvida, o melhor botequim de todo o universo...
Café e Bar Rio Paiva - Rua da Conceição esquina com Júlia Lopes de Almeida (por trás do Colégio Pedro II da Av. Mal. Floriano, centro do Rio).
*Thimóteo Rosas foi chefe de manutenção da Biblioteca Pública do Rio, antes de se aposentar com o vigoroso salário de R$ 420,00 e jamais seria dublê de repórter, porque ele não é besta.
Conta-se que certo dia apareceu no Rio Paiva, uma jornalista de um grande jornal e que queria fazer uma reportagem sobre o inusitado bar. A moça e seu fotógrafo, foram gentilmente descartados do local , com o Jóia caladão, sem responder a uma só pergunta da pobre coitada. Um segredo: se o Thimóteo quiser, pode tirar uma ou outra foto, que o Jóia deixa. Mas, só isso.
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sexta-feira, agosto 20, 2004
Minha querida Marcela, que tem muita história pra contar, transcreveu um texto no Maré, onde o Dr. Dráuzio Varela intrevista uma cientista sobre as possibilidades das chamadas células-tronco, uma das mais novas esperanças da medicina, na cura de doenças tão diversas quanto díspares. E o meu meu comentário sobre seu post, à época, acabou ficando tão grande que acabei enviando por e-mail. Ela o devolveu, sugerindo que eu o postasse aqui, no Via Oral, como forma de engrossar a luta pela liberação oficial das pesquisas científicas com células humanas em estágio evolutivo específico, as tais células-tronco. Não vou explicar aqui o que é exatamente isso, porque o texto do Maré esbanja clareza. Vão lá, que vale a pena. Aqui, só um pouco de ironia, contra a estupidez dos que não sabem o que é, não querem saber, mas que de antemão não gostam.
Reina a ignorância em Pindorama...
A igreja, palco de dogmas que aprisionam os tolos, os ingênuos e os crentes manipuláveis, de um lado; políticos, empresários e idiotas em geral, de outro. Todos nos imprensam, a nós, aos necessitados, aos desassistidos e ao resto do mundo, que não sabe ou não quer saber de coisas que não lhe incomodam no momento. Meia-dúzia opinam e a turba os acompanha, mesmo sem saber do que se trata, mas morrendo, se for o caso, na defesa dos que os lideram.
Afirmar que a vida existe a partir da fecundação, é uma meia-verdade que não atende a nenhum preceito filosófico-religioso-antropológico-científico em sua plenitude, por menos abrangente que esse polinômio se apresente. Não se sabe exatamente a partir de que instante existe vida, até mesmo porque isso é um conceito em evolução. O processo mecânico da proliferação humana pode começar num primeiro beijo entre um casal de desconhecidos, se assim se desejar. Mas, até onde ele irá? Até a divisão celular em 64 partes? Seria mesmo a partir daí, que a "alma" se apossa do corpo? Ou é muito depois disso? E se for antes? Quem determina esse momento? Deus? E Ele também determina que a ciência que salva vidas, que traz felicidades, alegrias (seu principal objetivo com a raça humana segundo todas as crenças da terra), somente ocorra sob sua absoluta aprovação, informando aos homens da sua decisão, através de uma sinalizadora estrela cadente?
Sempre tememos o desconhecido. E o que mais tememos, ainda é a capacidade que só o homem tem: a de fazer bobagens com sua inteligência, como aconteceu com o primeiro fogo aceso, a primeira roda, a primeira explosão da pólvora, a primeira bomba nuclear, o primeiro vírus criado em laboratório...
Para combater o medo, só a informação constante, a educação pertinente, elucidativa e não manipuladora. Cada um deve ler e saber o que significa célula-tronco, o que quer dizer paralisia permanente, o que é vida, como começa, onde termina, se é que termina... E cada um que se diz contra, que nos diga então, como se faz para explicar a uma criança que ela não poderá mais correr; ou o melhor jeito de se falar para uma mãe, que ela não mais poderá gerar um filho, depois de perder o seu primogênito em parto; ou ainda, falar para seu marido, para sua esposa, para seu irmão, que, quando lhe tirarem a venda, não haverá mais luz, nem cor, nem um olhar, e também nenhuma esperança, porque, aqueles que poderiam devolver-lhe a visão, foram os primeiros a ficar cegos por interesse, por conveniência, ou por acreditarem que essa é a verdadeira vontade dos deuses, e que assim será, até que uma estrela cadente no céu lhes diga o contrário.
Temos que nos informar e combater a ignorância generalizada, como se fosse essa nossa mais nobre missão. Ou, ao menos por humanidade, por aqueles que, ainda minoria, foram, são e serão fundamentais para o desenvolvimento do próprio homem. E tenho dito.
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sábado, agosto 14, 2004
Ando meio sumido nos últimos tempos, mas tudo por conta de uns cursos de grátis, patrocinados pelo governo Lula e que apregoam métodos de conservação de energia. Como não sou mais nenhum garoto, fui lá conferir, pra ver se tinha um jeito de conservar a minha energia, que, sei lá, pode fazer falta justo naquela hora "h", e essa luz incandescente que ora me alumia, poderá pôr fim a anos de glória entre elas, as belas.
Falando nisso, as belas que me perdoem, mas maquiagem é fundamental. Acho isso hoje, depois do que vi esta semana, num trajeto de ônibus de casa para o curso. Pela hora, viajei no busão lotado, fazendo o arco da ponte Rio-Niterói em pé, ao lado de bela moçoila que não me dava a mínima bola. E foi lá pelas tantas, já no Rio e após a primeira parada, que nasceu um local vago à minha frente, o qual, prontamente e num arroubo de cavalheirismo, ofereci à moça. Maravilhada com o gesto, abriu-me um sorriso muito parecido com aqueles que as mulheres nos dão quando as presenteamos com um anel de brilhantes, sorriso que jamais ganhei, não sei porquê.
Nem deu tempo de me empolgar. Num sinal de enorme agradecimento, ela pegou minha pasta e colocou no colo, sob a sua bolsa já aberta. E dali, daquela cornucópia mágica, eu veria sair uma quantidade infinda de esponjas, pincéis, pozinhos de todas as cores, líquidos, pastas, cremes dourados, prateados, luminescentes, verdes, azuis, rouges... Entendi então, a razão daquele sorriso de diamante. E numa espantosa demonstração de agilidade, controle motor e domínio cênico, a moçoila desenvolveu o mais completo ritual de pintura que a minha taba já viu. Se fosse pintura de guerra, ela venceria ali, sem disparar sequer uma única flexa, a não ser daquele olhar transformado. Sombras, blush, baton, delineador, iluminador, tudo aplicado com maestria e precisão, sob o auxílio de um espelho mínimo e balançante, equilibrado sobre as pernas (e que pernas) nobres, qual marfim. Por último, como uma provocação ao inimigo, o rímel, aplicado perigosamente nos cílios, como que a demonstrar a enorme coragem da guerreira, diante dos solavancos do coletivo, agora no trânsito mais pesado da urbe.
Desci no meu ponto, pensando no quanto nós valemos para tanto sacrifício. Sim, porque aquela maquiagem, como todas outras, era para mim, como é para você que me lê, homem ou mulher, e como é para todos nós, que temos visão de ver e de enxergar, apesar de tão cegos. É a vaidade, o pecado preferido do Diabo, segundo Robert de Niro, em Coração Satânico; é esse pecado semi-capital, que move o mundo e que se mostra no ato da moça do ônibus. Ou na cirurgia da minha vizinha, com cara de 60, mas equipada com peitinhos de 20... Fraude pura! E por falar em fraude, lembrei de uma ótima:
Na prova oral, o professor pergunta ao estudante de direito:
- O que é uma fraude?
- É o que o senhor está fazendo, responde o aluno.
O mestre fica indignado:
- Ora essa, explique-se.
- Segundo o Código Penal, diz o aluno, comete fraude quem se aproveita da ignorância do outro para prejudicá-lo.
Hummmmm... pensando bem, eu poderia pedir indenização por ter sido ludibriado ao longo da vida... Não; afinal, também não fui tão honesto assim em meus elogios... Deixemos como está.
Bem, voltemos ao que interessa: ninguém quer não ser bonito (e nem eu) e, para isso, parece que vale de tudo.
- Acabei de me pintar e não vi minha sombra - disse a moça à amiga.
- É assim, acontece do dia pra noite: acordei e notei meus olhos caídos! - disse a outra. E lá foram as duas andando, conversando alegremente, marcar a cirurgia plástica.
Sei não; ando em dúvida se faço uma lipo na barriga, ou se troco de carro. Com a lipo, fico a pé. Com carro novo, fico assim, com cara de peito caído... Dúvida mais que cruel. Afinal, o que diria o de Niro?
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sábado, agosto 07, 2004
E vejam só vocês, se há algo que a gente não faz por amor: o safado do Pato resolveu postar um comentário brincalhão que eu fiz lá no Batatada, e eu, gratíssimo pela deferência, devolvi, com o envio da história completa, que passou a existir a partir do tal comentário. num exemplo clássico do ovo que surge antes da galinha. Com algumas pequenas alterações, esse é mais-ou-menos o que penso(?) da origem da nossa raça...
A verdadeira origem da civilização Humana
Cerca de 3 milhões de anos separam-nos de nossos primeiros ancestrais, hominídeos gerados a partir de uma irresponsável experiência intergaláctica entre símios da espécie catarríneos, e alguns membros de uma decadente civilização, os merdianos, um povinho que se desenvolveu num planeta de 5ª categoria, chamado Merd, astro fétido e gasoso e que órbita a segunda estrela do cinturão de Orion, estranhamente denominada de Prepúcis.
A constelação de Orion (ou Orionte) é apenas visível no Inverno, pois a partir de Abril desaparece a Oeste, mas é muito facilmente identificável. Diz a mitologia Merd, que Orion, o Grande Caçador, se vangloriava de poder matar qualquer animal (vê-se aí, a origem do comportamento destrutivo de um merd). O terrível combate que travou com o Escorpião levou os deuses a separá-los. A constelação de Escorpião encontra-se realmente na região oposta da esfera celeste, daí nunca se conseguirem encontrar estas duas constelações ao mesmo tempo acima do horizonte.
A constelação de Orion parece, assim, um homem, sendo as estrelas Saiph e Rigel os pés. Ao meio aparecem 3 estrelas em linha reta, que se reconhecem imediatamente, dispostas oblíquamente em relação ao horizonte. Este trio forma o Cinturão de Orion, do qual pende uma espada, constituída por outras 3 estrelas, dispostas na vertical.
Prolongando uma linha imaginária que passe pela estrela central do Cinturão de Orion, passando pelas 3 estrelas da «cabeça», vamos encontrar a Estrela Polar.
Em Merd, o mar e a terra não foram devidamente separados por Deus no 3º dia de sua criação, como ocorreu na Terra; essa é a razão pela qual aquilo lá parece mais uma grande cloaca diarréica: tem mais lama que pé de favela depois da chuva. O primeiro merd, criado a partir da lama, e que recebeu o sopro divino, chamou-se ¿Merdão¿. Desconfia-se que venha daí a crença católica no relato histórico do nosso primeiro homem, o ¿Adão¿.
A Grande saga de merds, como ficou conhecida a aventura expansionista merdiana, consistia na exploração de inúmeras galáxias ao longo de algumas dezenas de anos (um ano merdiano equivale a um mandato político completo, ou seja, cerca de quatro anos terrestres), tempo suficiente para a coleta de dados científicos, de amostra de minerais e para a captura alguns espécimes animais. Foi aí que se deram os primeiros contatos com descendentes dos catarríneos, e que resultaria no que se tem hoje de mais próximo de um merd original.
Segundo pesquisas mais recentes, com datação através de C-14, a comitiva de exploração teria sofrido muitas pressões por parte dos partidos políticos locais, desejosos de enviar seus protegidos, gente que nada tinham a ver com ciência. Restos de cigarro, resíduos de bebidas consideradas alucinógenas e algumas membranas perfuradas, muito semelhantes a preservativos, estão sendo exaustivamente estudados pela ciência, com o objetivo de se chegar ao tal elo perdido da humanidade. De qualquer forma, os estudos já podem afirmar, baseados em hábitos que perduram até hoje entre nós, que desde aquela época: apesar das dificuldades econômicas e do panorama recessivo mundial, a cada quatro anos, renova-se a nossa capacidade de fazer mais merds.
O que se sabe de concreto até o momento, é que, ao que tudo indica, nós somos realmente originários do planeta escuro, fétido e fumegante, da constelação de Orion. Nossos ancestrais, merdianos filhinhos-de-papai, introduzidos na comitiva, vieram mesmo pra cá há milhões de anos, e ao redor de grandes e animadas fogueiras, cultivaram fêmeas símias catarríneas, que adoraram mesmo essa história de ¿Homo erectus¿ e não queriam outra vida. Deu no que deu.
Quando viram que tinham feito muitos merds, todos eles se mandaram, porque, afinal de contas, filho feio não tem pai. E nós como carregamos gens de merds, apenas repetimos o que nossos ancestrais faziam no planeta deles (que, aliás, transformou-se num grande fossão) e continuamos a fazer cada vez mais merds, principalmente entre as populações de menor renda, que depois de produzi-los em grande número, espalham merds pela cidade toda.
Somente no século dezenove surgiria uma luz na busca da ancestralidade humana, com a teoria de Darwin. Charles Darwin manteve A Origem das Espécies na gaveta por 20 anos. Temia chocar a mentalidade religiosa de seus contemporâneos: a teoria da evolução demonstrava, afinal, que o homem é apenas um animal entre outros e, como todos os outros, evoluiu a partir de formas simples, através da seleção natural. O que ele não teve coragem de dizer foi que, a forma da qual o homem evoluiu, além de simples, era nojenta, muito nojenta.
Perseguido pela Igreja e pelo meio científico em geral, Darwin se isolou nas ilhas Galápagos, depois que seus estudos, para ele incontestáveis, deram conta de que o futuro da humanidade nada mais seria que uma enorme concentração de merds.
Darwin ainda conseguiria determinar duas grandes vertentes da evolução humana, quando, segundo sua teoria, parte dos merds fixou-se na África setentrional, e outro grupo dirigiu-se à parte mais ao norte da Europa. O cruzamento de merds com alguns espécimes de ursos polares daria origem aos povos nórdicos, de hábitos menos grotescos, merds louros, de olhos azuis, como Miguel Falabella, que no fundo, é um merd como outro qualquer, só que muito mais megalômano.
Estudos mais recentes mostram, no entanto, que merds fêmeas, nórdicas, apesar de aparência mais ao gosto de norte-americanos e de grupos musicais de axé, têm raciocínio mais lento, apresentam grande dificuldade de aprendizado, como, por exemplo, o envio de um fax (elas sempre põem um selo na mensagem), o uso de telefone celular, ou atividades que requeiram raciocínio rápido, como lavar roupas, varrer casa, tomar o elevador, etc. Descobriu-se que as louras têm apenas a metade dos neurônios de uma pessoa normal. Os cientistas perceberam a tempo que as louras examinadas estavam grávidas, razão da duplicidade na contagem de neurônios.
Hitler e os merd
Foi Hitler, um dos mais ferrenhos admiradores da teoria darwiniana, quem deu início à tentativa de melhoria da raça ariana. Não se sabe ao certo o porquê da escolha inicial dos judeus, no processo de limpeza étnica alemão. Mas, segundo David Cassidy, seu principal biógrafo, a causa maior teria sido a marcante presença de uma babá judia, Sarah Szterenfeld, que na infância do ditador alemão o obrigara a comer sempre uma receita de peixe doce, que além de horrível, ele não conseguia pronunciar o nome direito, o que lhe valia como castigo, uma porção extra da iguaria. Assim, sem saber, a babá selaria o destino de cerca seis milhões de judeus, que, aos olhos de Hitler, poderiam torna-se cozinheiros pelo mundo afora. Uma outra história que agrada aos teóricos, diz que Hitler teria sido profundamente influenciado por um diálogo ocorrido em casa de um amiguinho de escola, condição determinante para sua total aversão aos judeus, que, a seu ver, eram os merds mais característicos, a mais pura essência de merd. Fala-se no seguinte diálogo:
"seu" Yossef o pai de Jacozinho, amiguinho psicopata de Hitler, vira-se para o filho mais velho e pergunta:
- Já fez Sami?
- Sim, papai!
- E você, Jacó, já fez?
- Sim, papai!
- Sarah?
- Já fiz, papai!
- Raquel?
- Também já fiz!
- Ok! Então pode dar a descarga!
Diante do trauma nascido dessa cena, Hitler criaria a célebre frase, repetida à exaustão: "merd bom, é merd morto". Outra frase atribuída ao ditador é a de que "merd morto não fede". Sobre esta, porém, existem controvérsias.
Também os filósofos tentaram entender o comportamento dos merds alemães. Edmond Husserl (1859-1938), depois de anos de estudos frofundos da natureza merdiana, finalizou afirmando que "um merd, nada mais é que um merd, sem tirar nem por". Ao contrário, Sartre(1905-1980) diria: mgfhggmmmmfmgggffmguuummm, expressão até hoje ainda não traduzida, surgida por ocasião da invasão da França pelas tropas alemãs, quando o famoso filósofo francês foi amordaçado pelo sargento Shultz. Desconfia-se que ele estivesse dizendo "quesquecé cette merde , pô?".
Concluindo, podemos afirmar que a união entre merds e catarríneos, resultou na única espécie do planeta Terra com capacidade e talento para destruir seu próprio habitat, consumir seus recursos até a exaustão, comer (de várias formas) membros de outras espécies e, ainda por cima, promover eleições de quatro em quatro anos. Não é de admirar que vivamos todos querendo nos matar mutuamente, e, a julgar pelas nossas escolhas de vida, de comida e de governantes, isso não está mesmo muito longe de acontecer. Ainda bem.
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quinta-feira, agosto 05, 2004
Recebi um e-mail, cujo conteúdo reproduzo abaixo, e nem sei se o danado é tão atual assim. Não tenho dúvidas de sua veracidade, até mesmo porque lido com amigos professores que me apresentam questões idênticas. São situações engraçadas, mas que denotam a dura realidade de nosso ensino, situação que atinge os vários níveis de formação do indivíduo; é a tragicomédia do ensino. E aí vem um monte de gente fazendo greve, protestos e destilações ácidas, tudo contra o exame do ENEM. A estes, cabe mostrar o resultado da nossa má formação escolar, patente, clamorosa e clara, nas respostas às perguntas formuladas no dito teste.
Aproveitando o gancho, um certo jornal de TV tem divulgado estatísticas eleitorais, levando em conta a posição de cada candidato diante do grau de instrução do eleitor. Como os melhores candidatos só têm maior votação entre os mais instruídos, fica absolutamente clara a razão do desinteresse generalizado das autoridades, em promover investimentos sérios no ensino do país.
BRAZIL AMEO OU DEICHE-O.........................
Relação atualizada das pérolas do ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio.
Entre parênteses os comentários dos professores.
"O sero mano tem uma missão..." (A minha, por exemplo, é ter que ler isso!)
"O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas..."( Levei uns
minutos para identificar El Niño...)
"O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!" (Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)
"Enquanto isso os Zoutros...tudo baixo niveu..."(Seja sempre você mesmo!)
"A situação tende a piorar: o madeireiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região." (E, além de tudo, viajam pra caramba, hein?)
"O que é de interesse coletivo de todos nem sempre interessa a ninguém individualmente." (Entendeu?)
"Não preserva apenas o meio ambiente e sim todo ele."(Faz sentido)
"O grande problemas do Rio Amazonas é a pesca dos peixes."(Achei que fosse a pesca dos pássaros.)
"É um problema de muita gravidez."(Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)
"A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO."(Sem comentário)
"Já esta muito de difícil de achar os pandas na Amazônia." (Que pena. Também ursos e elefantes sumiram de lá.)
"A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando." (Foi trazida nas caravelas, certo?)
"O cerumano no mesmo tempo que constroi, também destrói, pois nós temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos." (Não conte comigo)
"Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil." (Vamos trocar as fumaças)
"Vamos mostrar que somos semelhantemente iguais uns aos outros" (Com
algumas diferenças básicas!!)
"...menos desmatamentos, mais florestas arborizadas." (Concordo! De
florestas não arborizadas, basta o Saara!)
"...provocando assim o desolamento de grandes expécies raras." (Vocês sabiam que os animais também têm depressão?)
"Nesta terra ensiplantando tudo dá." (Isto deve ser o português arcaico que Caminha escrevia...)
"Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia." (Meu Deus...Haja pára-ráio!)
"Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado." (Quem teria sido o fabricante? Compac? Apple? IBM?)
"Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu, o verde
representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as
matas estão quase se info. No dia em que roubarem o céu, ficaremos sem bandeira." (Ainda bem que temos aquela faixinha onde está escrito "Ordem e Progresso".)
?Ultimamente não se fala em outro assunto anonser sobre as araras azuis que ficam sob voando as matas." (Talvez por terem complexo de urubus!)
"...são formados pelas bacias esferográficas." (Imaginem as bacias da BIC. Eu "disconcordo"!)
"Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma
verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredaçao de si próprio." Concordo: depredação de si mesmo!)
"Eu concordo em gênero e número igual."
"O seringueiro tira borracha das árvores, mas nunca derrubam as
seringas." (Estas podem ser derrubadas porque são descartáveis.)
"A concentização é um fato esperansoso para todo território mundial." (Haja coração!)
"Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos." (Que maravilha!)
Pois é. Com a palavra, os contrários às provas do ENEM, que, se não é a melhor altenativa, ao menos nos faz rir da nossa disgrassa...
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